O enfrentamento à epidemia de dengue no Brasil tem sido uma batalha conjunta, envolvendo tanto a sociedade civil quanto o poder público. Embora a vacina represente uma ferramenta importante nesse combate, sua disponibilidade é limitada devido à capacidade de produção restrita do fabricante, restringindo-se atualmente a um público específico, entre 10 e 14 anos de idade.

De acordo com informações do Ministério da Saúde, todo o estoque disponível de vacinas contra a dengue para os anos de 2024 e 2025 foi adquirido. 

Prevê-se a entrega de 5,2 milhões de doses ainda este ano, além de uma doação de 1,3 milhão de doses, o que permitirá a imunização de aproximadamente 3,2 milhões de pessoas, completando as duas doses necessárias para o esquema vacinal.

Até o último levantamento, realizado em 18 de março, haviam sido distribuídas 1.235.236 doses, das quais 436.149 foram aplicadas no público-alvo pelo Sistema Único de Saúde (SUS), representando 35,3% de cobertura. 

No entanto, o controle do mosquito transmissor continua sendo o principal desafio e requer esforços contínuos.

Minas Gerais e o Distrito Federal lideram os casos de dengue, com o primeiro registrando 662.952 casos e 107 mortes confirmadas, enquanto o último apresenta a maior incidência, com 5.678 casos por 100 mil habitantes e 159.957 registros da doença.

O relato de Ana Beatriz de Oliveira, residente em Brasília, ilustra a gravidade da doença. 

Ela contraiu dengue três vezes, sendo as duas últimas infecções hemorrágicas. 

Ana Beatriz descreve os sintomas cada vez mais intensos a cada reinfecção, destacando a dor debilitante e a sensação de impotência. 

Em resposta, sua família adotou medidas preventivas rigorosas, como a instalação de telas nas janelas e a eliminação de possíveis criadouros do mosquito transmissor.

A prevenção do agravamento da dengue depende do diagnóstico precoce e correto, conforme salienta o infectologista Marcelo Daher. 

Ele enfatiza a importância de buscar atendimento médico para orientações sobre hidratação adequada e identificação de possíveis complicações. 

Destaca-se que não há um tratamento específico para a dengue, mas medidas adequadas podem salvar vidas.

O médico ainda destaca a necessidade de atenção especial para crianças pequenas, gestantes e pessoas com condições médicas pré-existentes, que devem estar alertas para quaisquer sintomas e buscar assistência médica imediata em caso de suspeita de infecção por dengue.